domingo, 10 de maio de 2009

Toda Hilda
Com estreia hoje do monólogo Hilda Hilst - O Espírito da Coisa, a atriz Rosaly Papadopol inicia resgate da vida e obra da poeta
Ubiratan Brasil

Na madrugada de um domingo de 1998, a atriz Rosaly Papadopol foi acordada pelo telefonema da colega e também diretora Imara Reis. "Ela estava em estado de êxtase, animada por uma matéria de jornal publicada naquele dia sobre a obra da poeta Hilda Hilst", relembra Rosaly. "Em meio àquela euforia, Imara me incentivava a fazer um projeto teatral sobre a obra da Hilda, pois sabia do encantamento que tenho, desde jovem, pelo universo apaixonante da poeta." Foi o início de um projeto desprezado por patrocinadores mas devidamente acariciado pela atriz que, 11 anos depois, chega, enfim, ao palco do Teatro do Centro da Terra, onde estreia hoje o monólogo Hilda Hilst - O Espírito da Coisa.

E o esforço foi tamanho que, além do espetáculo, a noite de hoje marca o início de uma série de homenagens, que vai contar com exposição, mostra de filmes, palestras, recital de música, montagens teatrais e leituras dramáticas, sempre no espaço do Centro da Terra (confira programação no quadro). "É tudo fruto de uma necessidade de valorizar o trabalho da Hilda que, apesar do reconhecimento da crítica, sentia falta da atenção dos leitores", conta Rosaly.

De fato, embora incluída pelo crítico Anatol Rosenfeld no restrito grupo de escritores capazes de praticar com competência a poesia lírica, a dramaturgia e a prosa de ficção, Hilda Hilst (1930-2004) cristalizou em torno de si a aura de mito que, antes de torná-la popular, a manteve longe do público, graças à incompreensão dos homens.

"Hilda é a própria polifonia literária", observa Rosaly. "Sua mistura de gêneros e seu constante fluxo de pensamentos e imaginação nos traz uma obra vasta, profunda e peculiar." A atriz sentiu, no entanto, o mesmo efeito do isolamento amargurado pela poeta - tão logo iniciou o projeto, em 1998, organizando escritos que compusessem um texto teatral, ela foi em busca de apoio financeiro. "Não percebi nenhum interesse. Em alguns casos, aliás, o desconhecimento pela obra dela era tamanho que me perguntavam se Hilda era alemã."

Os desacertos continuaram com algumas fatalidades, como a morte, em 2001, da crítica e pesquisadora Maria Lúcia Pereira, que abraçara o projeto logo em seu início. "Sensibilizada por essa perda, arquivei o plano e só retomei o trabalho de pesquisa em 2005." A situação começou a clarear quando, no final daquele ano, Rosaly contatou José Mora Fuentes, escritor e amigo de Hilda Hilst até seus minutos finais, e que hoje coordena o acervo da escritora, transformando sua última moradia, a Casa do Sol, próximo a Campinas, em um instituto cultural

Mora Fuentes não apenas liberou acesso aos escritos de Hilda como forneceu detalhes pessoais de uma mulher que, mesmo na velhice, exibia os traços que, na juventude, a apontavam como uma mulher com a beleza de Ingrid Bergman acrescida da sensualidade de Rita Hayworth, como carinhosamente a descrevia o amigo e editor Massao Ohno.

Da pesquisa, Rosaly construiu um texto dramatúrgico que logo recebeu o tratamento de Ruy Cortez e do escritor Gaspar Guimarães. "Quando assumi a direção, há nove meses, Rosaly já vivia intensamente a vida e a obra de Hilda, o que facilitou o trabalho", conta Cortez, disposto, desde o início, a não fazer distinção entre ficção e realidade. "Trabalhamos com a liberdade da metáfora: tudo passa a ser verdadeiro desde que seja poesia.

"Assim, em um cenário único, é reproduzido o ambiente que marcou os últimos anos de refúgio de Hilda Hilst, espaço onde conviviam livros, plantas, cães, a mesa com a máquina de escrever e os rádios, nos quais a poeta tentava captar, na estática, vozes do além. A cenografia, portanto, criada por André Cortez busca a síntese do espaço urbano e da natureza, no qual vivia a escritora.

Concebida por Fábio Retti, a luz do espetáculo ajuda o espectador a acompanhar diversas fases da vida da poeta, desde a juventude (quando herdou a paixão pela palavra do pai Apolônio de Almeida Prado Hilst, também poeta e que sofria de esquizofrenia) até o isolamento no campo.

E, em cena, Rosaly Papadopol constrói o delicado retrato de uma mulher criadora de uma poesia poderosa, obscura e luminosa, que refletiu como poucos sobre a natureza do mundo e do homem, seus desejos e solidão, seus pensamentos sobre a morte, a vida, a loucura, o amor.

O EventoHOJE - Estréia da peça com abertura, horas antes, da mostra Hilda Hilst - O Espírito da Coisa, às 18 h.
Artistas convidadas: Leya Mira Brander, Olga Bilenky e Rochelle Costi.

DIA 16 - Ciclo de Palestras: O Porco no Corpo: A Escrita Obscena de Hilda Hilst, com Eliane Robert Moraes, e Hilda Hilst : Uma Poética da Transgressão, com Cláudio Willer.

DIA 23 - Ciclo de Palestras: A Poesia Hilstiana: Do Profano ao Sagrado, com Nelly Novaes.

DIA 30 - Recital de Música: Prelúdios Intensos para os Desmemoriados do Amor, de Edson Tobinaga, com a cantora Marina Alves.

DIA 6 DE JUNHO - Exibição dos filmes de curta-metragem Caderno Rosa de Lori Lamby, de Sung Sfai, e Simplesmente, Hilda, de Ricardo Picchi.

DIA 13 DE JUNHO - Leitura Dramática: O Caderno Rosa de Lori Lamby, com Iara Jamra e Miriam Muniz (voz em off), direção de Bete Coelho.

DIA 20 DE JUNHO - Leitura Dramática: Agda, direção de Moacyr Ferraz, com as atrizes Gisele Petty, Sandra Pestana e Verônica Fabrinni.

DIA 25 DE JUNHO - Espetáculo convidado: A Obscena Senhora D, adaptação de Germano Mello e Susan Damasceno, direção de Donizete Mazonas e Rosi Campos, com Susan Damasceno.

DIAS 27 E 28 DE JUNHO - Espetáculo convidado: Jozu, O Encantador de Ratos, direção de Alexandre David, com Carla Tausz.

Serviço
Hilda Hilst - O Espírito da Coisa.
60 min. 16 anos.
Teatro do Centro da Terra.
Rua Piracuama, 19,
3675-1595.
6.ª e sáb., 21 h; dom., 20 h. R$ 20 (6.ª), R$ 30 (dom.), R$ 40 (sáb.)
Até 28/6

sábado, 4 de abril de 2009

Hilda Hilst (1930 – 2004)
Nasceu em Jaú, São Paulo, aos 21 de Abril de 1930. Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), formando-se em 1952. Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas (SP), onde hoje está instalado o Instituto Hilda Hilst – Centro de Estudos Casa do Sol www.hildahilst.com.br presidida pelo escritor e amigo pessoal de Hilda, Jose Luis Mora Fuentes . Ali dedicou todo seu tempo à criação literária. Poeta, dramaturga e ficcionista, Hilda Hilst escreveu quase cinqüenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do país. Participou, desde 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Entre poesia, ficção, crônicas e teatro teve 41 livros publicados. “Ninguém escreve como Hilda Hilst!”, proclamou o crítico literário Léo Gilson Ribeiro. Seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem, IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro. Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Ed. Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Em 1999, sob coordenação do escritor Yuri Vieira dos Santos, é lançado seu primeiro site na Internet. Hilda Hilst faleceu em Campinas-SP, no dia 4 de Fevereiro de 2004.
A idéia
O projeto teatral HILDA HILST “O Espírito da Coisa” nasceu de madrugada... Domingo de 1998... Um telefonema da amiga querida, atriz e hoje diretora Imara Reis. Inspirada por uma matéria de jornal sobre Hilda ela teve a percepção brilhante e generosa - como só Imara pode ter - da ressonância e do encantamento que desde jovem tenho pelo temperamento artístico da escritora e por seu universo profundamente apaixonante e apaixonado. Sentia uma grande tristeza por Hilda ter seu trabalho pouco conhecido pelo grande público, embora exaltado e admirado pela crítica especializada. Naquele período, final dos anos noventa, ainda não havia sido lançada a reedição da obra de Hilda nem sua distribuição pela Editora Globo, que efetivamente se concretizou a partir de 2001, melhorando a proximidade do leitor com sua obra. A necessidade e o desejo de homenageá-la, resgatar um pouco da vida e da vasta, vertiginosa e imortal obra desta grande mulher e escritora brasileira tomaram conta de mim!
Quem foi Hilda Hilst? Qual a importância da obra de Hilda para a literatura? Hilda sempre foi reconhecida pela crítica como grande inovadora da escrita e sua mistura de gêneros e seu constante fluxo de pensamentos e imaginação garantiram uma obra profunda e peculiar, única! Hilda é dízima, é polifonia literária.
Iniciei então minha pesquisa naquele mesmo ano, (re) visitando o pouco que havia disponível de sua obra e de informações sobre sua vida nas livrarias, sebos e internet. Panorama que mudou muito nestes quase dez em que a idéia foi concebida, a pesquisa iniciada, a o material colhido, o texto escrito, atividades paralelas pensadas e os recursos para a execução do projeto negados pelo menos nos últimos cinco anos. Tanto pelos órgãos públicos quanto pela iniciativa privada. Mas está é uma outra estória, porque agora uma das maiores vozes da literatura brasileira ganha cada vez mais eco. Ela mesma dizia “Não há silêncio bastante para o meu silêncio”!
Como levaria ao teatro essa mulher e multifacetada escritora que faz reflexões imprescindíveis sobre os grandes temas universais e da modernidade? E que certamente traria ao palco um sopro de energia poética que chegaria ao público com a força e o encantamento natural dos grandes autores. Encomendar um texto de outro escritor para falar sobre ela e seu universo, encenar uma de suas nove peças, a maioria ainda inéditas, pensar na adaptação de um só de seus textos em prosa ou apresentar um recital de poesia, me pareceu reduzir a possibilidade de navegar pela grandeza de sua herança de palavras, sons, sentidos múltiplos e ambivalentes. Ir além me parecia fundamental.
Para traçar um perfil de seu universo pessoal e literário compreendi que ninguém seria melhor que a própria Hilda - na sua palavra já lapidada em seus trabalhos, nas declarações de seus parceiros e amigos mais próximos e verdadeiros - e nas entrevistas que concedeu à vários meios de comunicação. Era impossível separar a obra de Hilda e sua pessoa. O material selecionado para o texto da peça deveria então ser compilado como um “diálogo entre criador e criatura” de forma a revelar as diversas faces da escritora que ressaltariam aspectos essenciais da pessoa e da mulher. Minha vontade era não só a de expor a riqueza da experiência estética da escritora ou o espírito ousado da mulher que sempre esteve muito além do seu tempo; que “desdenhou literal e figurativamente das vírgulas”; mas fazer-se ouvir uma voz extrema e humana carregada de uma lucidez capaz de nos atingir a medula. Fazer ressoar sua palavra; sua visão transcendente e metafísica do mundo, afirmada por todos os questionamentos que marcam sua vida e obra e assim cintilografar sua alma, através de um “jogo de luz e sombra onde os opostos se atrairiam”. Reapresentá-la aos que já a conheciam e admiravam e apresentá-la aos que ainda não tinham tido o privilégio de conhecer a beleza de sua “Grande Face”!
Como atriz, mais do que fazer um trabalho de composição era meu desejo também poder transportar para o palco “as vozes de sua voz, as faces de sua face, a alma de sua alma”. Iluminá-la em sua essência pessoal e literária, estimular e promover o reencontro do público com sua obra e revelá-la em seus mais altos vôos da livre expressão criativa. Desejos mais do que afeitos à arte teatral.
Seus escritos proporcionariam ao espectador o que já acontece com seus leitores – um profundo mergulho na alma humana. Hilda Hilst será sempre lida nos vãos e desvãos de cada um de nós, pois encontrou a imortalidade de seu espírito através da palavra!
Rosaly Papadopol
O espetáculo HILDA HILST “O Espírito da Coisa” baseado na vida e obra da escritora Hilda Hilst que estréia no dia 08 de maio, no charmoso Teatro do Centro da Terra, em Perdizes abrirá a programação do Projeto homônimo idealizado pela atriz Rosaly Papadopol, em homenagem a escritora, com a curadoria de José L. Mora Fuentes, Rosaly Papadopol e Ruy Cortez

O Projeto HILDA HILST “O Espírito da Coisa” tem como ponto central o espetáculo solo da atriz, dirigido por Ruy Cortez. A programação do projeto conta com uma exposição, palestras, recital, leituras dramáticas, apresentações teatrais e de curtas-metragens convidados. Essas atividades paralelas em homenagem à escritora acontecerão a cada semana durante o período de maio e junho de 2009 aos sábados à tarde.

A exposição com curadoria de Graziela Kunsch, que acompanhará também os horários de apresentação do espetáculo pretende levar o espírito da Casa do Sol, residência de Hilda Hilst, para as áreas de convivência do Teatro do Centro da Terra. Ao invés de apenas transportar os objetos pessoais de Hilda para a exposição, o desafio da curadoria de Graziela Kunsch foi pensar em formas de tradução desse espaço íntimo para o espaço expositivo. Entre as artistas convidadas especialmente para a exposição estão; Rochelle Costi, que deve desenvolver um projeto de fotografias da Casa do Sol, e a pintora Olga Bilenky, amiga de Hilda que até hoje vive na casa e que irá mostrar seus desenhos para o livro de poemas Rútilo Nada.

Complementam a exposição, um vídeo criado por Elaine César a partir de fotos, objetos, desenhos, agendas e vários escritos de Hilda que pertencem hoje aos acervos do Instituto Hilda Hilst e do CEDAE Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio da Unicamp. Graziela Kunsch foi convidada para o projeto, pois desde 2001 abriga uma série de residências artísticas em sua própria casa, exatamente como fazia Hilda com seus amigos escritores.

Resultado da pesquisa iniciada em 1998 pela atriz Rosaly Papadopol, o projeto conta com a colaboração de vários profissionais, entre eles; José Luiz Mora Fuentes, escritor, parceiro pessoal e profissional da escritora e Presidente do Instituto Hilda Hilst; do dramaturgo José Antônio de Souza, do dramaturgista, roteirista e editor de cinema e vídeo Gaspar Guimarães e do diretor Ruy Cortez.
Ficha Técnica do Projeto HILDA HILST “O Espírito da Coisa”

Idealização:
Rosaly Papadopol
Curadoria: José Mora Fuentes Rosaly Papadopol e Ruy Cortez
Autora: Hilda Hilst
Atriz: Rosaly Papadopol
Direção: Ruy Cortez
Participação especial: Antonio Abujamra (VOZ em OFF de Apolônio - pai de Hilda Hilst)
Dramaturgia: Gaspar Guimarães
Coordenação de dramaturgia: José Antônio de Souza
Consultoria literária: José L. Mora Fuentes
Pesquisa: Rosaly Papadopol (colaboradores Gaspar Guimarães e Ruy Cortez)
Cenografia: André Cortez
Figurino: Anne Cerrutti
Criação de luz: Fábio Retti
Cenotécnico e Adereçista: Cesar Rezende
Direção Musical: Tunica
Música especialmente composta: Édson Tobinaga
Visagismo: Westerley Dornellas
Projeto Gráfico: Dado Motta
Ilustrações: Olga Bilenky
Fotografia: João Caldas
Gravação em Vídeo/ Teaser/ Clip: Gustavo Haddad
Curadoria da Exposição: Graziela Kunsch
Artistas convidadas para a exposição: Leya Mira Brender Olga Bilenky Rochelle Costi
Vídeo Designer: Elaine César
Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro
Assistência de Produção e Logística: Barbara Thire
Produção Executiva: Ruy Dealis
Direção de Produção: Maria Betania Oliveira
Realização: Samadhi Produções
Apoio Cultural: Instituto Hilda Hilst
PROGRAMAÇÃO DO PROJETO:

Estréia e Temporada do Espetáculo Hilda Hilst “O Espírito da Coisa”

Exposição –
“Hilda Hilst O Espírito da Coisa”

Recital – “Prelúdios-intensos para os desmemoriados do amor”
Do músico e compositor convidado Edson Tobinaga que musicou poemas de Hilda Hilst. Participação da cantora Marina Alves

Palestras com Eliane Robert Moraes, Carlos Vogt, Cláudio Willer.

Leitura Dramática – “O Caderno Rosa de Lori Lamby” – Com Iara Jamra
Leitura Dramática – “Agda”

Cine Hilda
Curta de Ficção convidado -
Lori Lamby de Sung Sfai
Curta Documentário convidado - Simplesmente, Hilda de Ricardo Dias Picchi

Espetáculos teatrais convidados que estiveram em cartaz em 2008
“A Obscena Senhora D” -
Com Susan Damasceno
“Jozu, O Encantador de Ratos” – Com Carla Tausz

Serviço:
Teatro do Centro da Terra

Rua Piracuama, 19, Sumaré
05017-040, São Paulo, SP, Brasil
Tel/Fax: +55 (11) 36751595teatro@centrodaterra.com.br
Ingressos - No teatro - de segunda a sexta: das 14h00 às 19h00
Ingressos - R$ 20,00 (sextas); R$ 40,00 (sábados) e R$ 30,00 (domingos)
Duração: 60 min –
Gênero: Drama - Não recomendável p/ menores de 16 anos
Capacidade: 100 lugares - Acesso universal - Ar condicionado.
Bilheteira: 2ª a dom. (13h30 às 18h30 ou até o início dos espetáculos).
Vendas antecipadas: www.ingressorapido.com.br (tel: 4003-1212).
Estacionamento ao lado.
Informações à imprensa
Ofício das Letras

Adriana Monteiro, Adriana Vasconcellos e Marina Reis
11 3021-9297 e 3022 2783
drixoficio@uol.com.br ; marinaoficio@uol.com.br e adrianavoficio@uol.com.br

quinta-feira, 2 de abril de 2009